casa delas

(projeto acadêmico feito em parceria com a Julia Marini)

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ser. por que a existência precisa ser dolorosa?

por que não podemos apenas viver, livres de dores, de sofrimento, de rejeição, de medo, livres pra ser plenamente o nosso destino. é linda a liberdade, a vida, a natureza, mas por que parece que estamos sempre presas em alguma corrente?

ser mulher. existir.

no meio de tantas “minorias” maiores, somos umas dessas. e o direito de viver que tentam nos dar ainda não é suficiente pra compensar, compensar a história, compensar a rotina, a dor.

promover igualdade salarial, mas não de tratamento.

parar de buzinar, mas não condicionar o pensamento.

é extremamente cansativo estar no alerta a todo momento.

as vezes tudo o que queremos é poder confiar, poder ser livre, se sentir segura, se sentir confiante, ser mulher é mais que um corpo, ser mulher é essência, essencial para todos.

é tentar compensar os erros, é educar, é empatizar, é lutar, é não ter descanso.

mas o descanso passa a ser necessário, a nossa mente pede, a nossa essência exclama.

um lugar. vários lugares. uma mulher. muitas mulheres. somos todas.

descanso, acolhimento, ouvir, empatizar, ajudar, atividades rotineiras pra grande parte desse público.

pra esse público exercer, não receber. mas chega um momento que receber passa a ser necessário, precisamos de retorno também, precisamos ser ouvidas, precisamos de voz, precisamos de mudanças, precisamos ter paz. pra conseguir sobreviver.

por que não criar um refúgio, onde a gente não corra risco, onde a gente seja ouvida, onde a gente seja reconhecida, onde a gente pertença e se identifique?

mas criamos. e criaremos cada vez mais.

um espaço múltiplo, assim como nossa existência.

seria um café? uma galeria? uma sala de estar? um cinema? uma roda de conversa?

seria um local de acolhimento, de ajuda, de apoio, de diversão, de relaxamento?

somos tudo isso e mais.

a casa delas surgiu com esse intuito, e o objetivo de pertencer e ser. ser o que nunca tivemos, ser o espaço que sempre quisemos, ser a escuta ativa, ser a voz acolhedora, ser o abraço amigo.

além de tudo isso, somos também nosso trabalho, nossa renda, nosso corre, nosso freela, nossa rotina, nosso cansaço e nosso descanso.

somos eventos pra público externo, e acolhimento para o interno.

promovemos saúde, bem estar, identificação, amor, acolhimento, diversão, relaxamento, terapia, exposições, música, comida boa.

promovemos o que nosso público, ou melhor, nós mesmas, queremos.

aqui não tem lugar pra preconceito, pra ciúmes, pra fofoca, pra falsidade, pra intolerância. aqui só tem lugar pra amor.

se queremos pertencer, precisamos resistir não só por nós mesmas, mas por todos os outros também.

por isso, a casa delas, dentro de tantas atividades, busca ativamente desconstruir pensamentos e atitudes preconceituosas.

tratar da mulher não é somente tratar da mulher padrão, da mulher branca, cisgênero e heterossexual. tratar da mulher é tratar da sociedade. incluir a mulher é incluir a diversidade.

por isso presamos pela liberdade, pelo acolhimento e pela luta contra qualquer atividade e pensamento que atinja a existência do próximo.

somos todas uma. e precisamos agir como tal.

agir pra que nosso problema se amenize, assim como todos os tantos outros.

lutar pela nossa justiça social, e combater a injustiça com os outros.

dar voz a nossa dor, e ainda mais à do próximo.

se unir contra a dor causada pelo ódio.

se unir.